29 de novembro de 2009

Vendaval

                                     19/11/2009 – Imbituba SC

Pinga, pinga...
Não é encanação furada.
Pinga, pinga...
Nem torneira mal fechada.
Pinga, pinga...
Suor do trabalhador.
O sol queima,
Que calor!
Ele trabalha.
O sol para,
As nuvens surgem.
Já não pinga mais.
Ventiladores celestes são ligados,
Que sopro!
Folhas eram pouco,
Uma nuvem de poeira percorre as ruas quebrando recordes mundiais de velocidade e destruição,
Telhas voando como pássaros derrubando mais telhado caindo por todo o chão.
Nosso tudo flutua, e se vai indo.
Nada lindo.
Foi-se o teto da casa do trabalhador,
Seria o fim do mundo?
Ou um filme de terror?
Uma vingança da natureza tentando matar o homem antes que o homem a mate?
Ou apenas falta de sorte?
E pinga,
“Corre, corre!”.
“Tira tudo!”.
Os pingos param...
O trabalhador: mudo.
Surge uma mão,
Outra mão,
E então
Tivemos certeza
Todos juntos:
Ainda não chegou o fim do mundo.

Um comentário:

  1. Interessante, um poema baseado em fatos reais. Lendo ele consigo imaginar, ou pelo menos tentar imaginar, o que aconteceu com os moradores desta cidade.
    Parabéns

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