24 de julho de 2010

Fazendo as pazes

Olá, chuveiro! Meu nome é Luís, lembra de mim? Eu sei que eu não tenho aparecido aqui ultimamente. Mas sabe, eu estava trabalhando muito, dois empregos não é para qualquer um, e eu tenho que cuidar da minha saúde no curto tempo que eu tenho. Vou correndo (literalmente) trabalhar de manhã, porque mais tarde o sol queima até iceberg. Depois de sair da loja, eu durmo um pouco para depois ir para a lanchonete trabalhar. Eu vi na televisão que temos que dormir oito horas por dia e eu sigo essa recomendação à risca. Além de tudo isso, eu ainda tenho que gastar alguns minutos para ir até o restaurante Refeição dos Deuses, porque lá a comida é supersaudável. É por isso que eu não tenho estado aqui, chuveiro. É verdade que eu fui demitido dos dois empregos na semana passada. O motivo da loja foi corte de pessoal, mas colocaram outro em meu lugar, não entendi nada. Na lanchonete, o patrão disse que os clientes que eu atendia, ou não voltavam, ou reclamavam de mim. Mal sabe ele que os clientes reclamavam pra mim do mau cheiro da comida. Os clientes estão certos em não voltar, restaurante bom mesmo é o Refeição dos Deuses. Já deixei meu currículo lá, mas disseram que não havia vagas. Depois disso tudo, no dia que eu ia tomar banho, meu amigo, ouvi na rádio uma oportunidade de emprego. Dez vagas, aceitavam pessoas sem experiência no ramo: tudo mentira. Fui o primeiro a chegar e a ser entrevistado. A entrevistadora parecia estar de TPM e logo me dispensou. Voltei pra casa e encontrei um problema com a encanação. Entrou em cena Luís, o encanador. Resultado: tsunami doméstica. Um velho amigo me ligou bem na hora que eu havia quebrado outro cano. Ele conversou comigo sobre uma proposta de emprego na mesma empresa que ele trabalha. Fechei o registro da água, troquei de roupa e fui direto à rodoviária, pois meu amigo morava na cidade vizinha. Passei a noite na casa dele e, pela manhã, ele me avisou que o chefe dele tinha ligado e avisado que a vaga tinha sido preenchida. Brasil, Brasil... O desemprego é tão grande que quando surge uma vaga, uma manada de esfomeados atacam o osso. Já que estava lá, decidi passar a noite na casa do meu amigo, pois pelo dia, fui à praça e à praia rever velhos amigos. Bebemos cerveja e conversamos sobre histórias antigas, perigosas. Retornei pra minha solitária casa hoje, caro chuveiro, e aqui estou, pelado nesse frio para fazer as pazes contigo. Bom, tá na hora, é só girar aqui e... NÃO! Não acredito! Políticos incompetentes, faltou água! Se eu não tomar banho, daqui a pouco eu começo a feder!

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