PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS. Esse
aviso tá no cinema, nos filmes, naquelas revistas, na TV e serve pra esse texto
também.
A
censura é totalmente irreal: os jovens são proibidos de ouvir em um filme as
palavras que eles usam - ou há alguém que fale mais palavrão do que um
adolescentezinho? As revistas de mulher pelada são proibidas de vender para seu
público mais fiel. Ou...
Ou
será que é a proibição que atrai os jovens? È claro que os cuequinhas de
plantão gostam de ver fotos de mulher pelada, mas será que a proibição não
aumenta a procura? O jovem adora tudo que é proibido e aí vem a minha sugestão.
Devemos
expandir a censura aos livros. Isso mesmo, um livro com uma cena de sexo ou um
palavrão deveria conter uma faixa indicativa: Proibido para menores de 18 anos.
Quem já leu O caçador de pipas, por
exemplo, pode ter pensado em indicá-lo a um jovem, seu filho talvez. Nem deve
ter percebido um palavrão nos primeiros capítulos. Um único palavrão em todo o
livro. Se um adolescente recusar sua sugestão, da próxima vez pegue Pai, Filho, Filho, Pai do Moacyr Scliar
e diga que ele não pode ler, que há coisas não recomendadas para menores de 18
anos. Em poucos dias ele vai esbravejar com você porque só tinha uma “merda” lá
no livro e que as cenas de sexo nem eram explícitas, e se ele usar essa palavra
é porque ele leu com bastante dedicação.
Então,
censurem os livros, assim, mais gente os lerá. E os professores poderão dizer:
“tragam poesias para a próxima aula, mas aqui estão alguns autores proibidos”.
Na mesma semana, terão moleques declamando MERDA
E OURO de Leminski pelos corredores da escola (de cor!).
